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GRUPOS DE RISCO

"Até 2015, foram registadas 130 mortes por overdose com α-PVP, apesar do número de hospitalizações ter sido muito superior."

WHO Expert Committee on Drug Dependence [1]

A ASSOCIAÇÃO DO USO DE FLAKKA E A RECENTE INFEÇÃO PELO VÍRUS HIV

  Em fevereiro de 2015, um surto de infecções por HIV recentemente adquiridas entre pessoas que se sujeitaram à administração de drogas, foi identificado em Dublin, após surtos similares na Grécia e na Roménia, em 2011. A administração de uma catinona sintética, a α-PVP , foi associada à recente infeção pelo vírus HIV.

 

  Esta investigação, constitui a primeira evidência científica da associação entre o uso do Flakka e a recente infecção pelo HIV, sendo o risco maior quando o droga é administrada de uma forma diária. As descobertas epidemiológicas são suportadas pela detecção de α-PVP na urina das pessoas que se sujeitaram ao estudo. Esta ligação deve-se em parte ao facto dos consumidores exibirem deficientes cuidados de higiene, devendo-se essencialmente a troca de seringas, assim como à prática de sexo desprotegido [2].

NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NA EUROPA

  No total, o European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction (EMCDDA) monitoriza mais de 450 substâncias, cerca do dobro das controladas pelas convenções internacionais de controle de drogas das Nações Unidas.

Figura 1

Número de novas substâncias psicoativas reportadas pelo EU Early Warning System, 2005-14

  O grande número de apreensões de catinonas sintéticas reflete a procura de estimulantes na Europa, sendo que muitos deles são usados como substitutos para MDMA, anfetaminas e cocaína. Durante 2014, cerca de 31 catinonas sintéticas foram referidas pela primeira vez, o que eleva para 77 o número de catinonas, tornando-as o segundo maior grupo de substâncias monitorizadas pelo EMCDDA.

 

  Foram realizadas cerca de  11 000 apreensões de catinonas sintéticas pesando mais de 1,1 toneladas na Europa em 2013, sendo que de α-PVP foram 115kg.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 2

Número de apreensões de catinonas sintéticas por país e proporção de apreensões por substância, 2013

 

 

 

  Desde 2005, o EMCDDA emitiu 117 alertas de saúde pública, com mais de 70% destes nos últimos cinco anos. Em 2014 foram emitidos 16 alertas. As avaliações de risco realizadas pelo Comité Científico do EMCDDA são outra atividade central na resposta a danos graves [3].

AQUISIÇÃO E PADRÃO DE CONSUMO 

 

  A droga em causa é especialmente atrativa para novos consumidores de drogas pesadas, assim como para toxicodependentes que usam drogas de custo mais elevado, como é o caso da heroína e a cocaína (cerca de 15 vezes mais barata). O preço mais baixo comparativamente com outras drogas, a facilidade de obter este produto, assim como a ideia inerente a uma nova droga para experimentação, constituem alguns dos fatores que levam à procura cada vez crescente desta substância.

  Dados reportados pelo Centro Europeu de Monitorização para Drogas e Adição à Organização Mundial de Saúde, dá conta que o padrão de consumo é sobretudo na faixa etária entre os 23 e os 45 anos, predominando 80% dos consumidores do sexo masculino [1,3].

  Até junho de 2017, o Laboratório Nacional da Polícia Científica da Polícia Judiciária, detetou 41 casos de consumo desta substância, em território português [4].

REFERÊNCIAS:

[1] WHO Expert Committee on Drug Dependence. 1-Phenyl-2-(pyrrolidin-1-yl)pentan-1-one (α-PVP). Critical Review Report. Agenda item 5.3. Thirty-seventh meeting of the Expert Committee on Drug Dependence. Geneva, Switzerland, 16-20 November 2015. Disponível em: http://www.who.int/medicines/access/controlled-substances/5.3_Alpha-PVP_CRev.pdf [acedido a 12/03/2018].

[2] Giese, C., et al. (2015) Injection of new psychoactive substance snow blow associated with recently acquired HIV infections among homeless people who inject drugs in Dublin, Ireland, 2015. Euro Surveill 20(40).

[3] European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction (2015), New psychoactive substances in Europe. An update from the EU Early Warning System (March 2015), Publications Office of the European Union, Luxembourg

[4] https://observador.pt/2017/06/07/droga-que-leva-ao-canibalismo-identificada-em-portugal/ [acedido a 9 de abril de 2018]

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